segunda-feira, 21 de julho de 2008

Hoje eu me gosto muito mais porque me entendo muito mais também

Nossa, parece que tem séculos que não escrevo. E deve ter mesmo, tamanha a agitação que minha vidinha anda. Trabalho, rolos, praia, night até seis da manhã, mais trabalho...Mas não posso reclamar não, funciono melhor assim, acelerada. Incrível como tudo sempre muda, inclusive a gente. Como alguém uma vez me falou "crescer sempre faz parte do processo".
Tava pensando nisso agora. Sempre fui muito passional e ansiosa. Na verdade, essas características ainda tenho. Sou daquelas que tem dor de barriga antes do encontro com uma paixão nova, ou do reencontro com uma paixão antiga. Desde adolescente. Lembro que quando meu ex me chamou para ir a primeira vez na casa dele, passar a tarde com a família - e isso representava um compromisso que nunca tinha tido - passei mal horrores. Quase desisti.
Bom, o caso é que há algumas semanas senti essas dores de barriga. E fui solenemente rejeitada. Chorei e tudo. Algumas amigas acharam que o cara foi babaca, outras que eu não tinha que ter falado o que falei (bêbada não se controla, hehehe). Mas segui em frente. A ferida que antes levaria meses, ou até anos para cicatrizar, já tá secando. Claro que às vezes ainda coça, como hoje, quando soube notícias do "dito-cujo". Foram alguns minutos de nervoso...e em seguida já estava com outras coisas na cabeça. Esse é o lado bom de ficar velha. Algumas coisas perdem a importância, já não nos fazem sofrer como antes. Lembro dos meus 16 anos, quando namorei o André. Que loucura! Fazia tudo por aquele menino...Ele não estudava, fumava maconha, não trabalhava...e eu lá me importava com esses "detalhes"? Quando ele terminou comigo, entrei em estado de choque, e a ficha só caiu depois. Renato Russo passou semanas cantando no meu quarto, abafando o som das minhas lágrimas. "Aonde está você agora além de aqui, dentro de mim?". A gente acha que aquela dor não vai passar nunca. Mas passa. Depois que o sofrimento agudo acabou, tive as fases de sair, beijar muito, mas ainda queria saber como ele estava, onde ia. Me mudei de cidade e às vezes ainda me pegava imaginando. Dizia que se ele me pedisse pra voltar, largava tudo e ia viver numa "casinha de sapê". Logo eu, que adoro um banho quente, tava delirando mesmo. Um belo dia notei que não existia mais esse sentimento todo. Ficaram as boas lembranças, carinho, e pronto. Só que essa historinha levou uns dois anos. E estou qui, quase dez anos depois, relembrando e pensando que no fundo foi legal.
Que bom que agora o sofrimento está com prazo de validade bem menor. Deve ser porque pirralho metido a conquistador é engraçadinho, mas homem que não se comporta como tal ninguém merece. Às vezes não dá pra escapar da armadilha, às vezes caímos no fundo do poço e demoramos um pouquinho por lá. Mas temos mais força para subir, e enxergar o mundo lindo que está nos esperando.
Esses dias ouvi pela primeira vez (que vergonha!) essa música do Gonzaguinha, e decorei a letra de primeira. Traduz muito de como me sinto agora.
Ah, tô sabendo que muitas pessoas estão lendo o blog. Comentem, por favor!!! Já que estou abrindo um pouco da minha vida aqui, o mínimo que vcs podem fazer é se meter! hahahahaha

Eu apenas queria que você soubesse

Composição: Gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte das novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

domingo, 13 de julho de 2008

Mistério sempre há de pintar por aí

Que semana!!! Desde segunda passada, minha teoria sobre o "fator surpresa" faz cada vez mais sentido. A gente nunca sabe MESMO o que vai acontecer depois da próxima esquina. Num momento, tudo está calmo, vidinha que segue...de repente vem um turbilhão e atravessa nosso caminho. Às vezes a gente muda de lugar, às vezes tem que respirar um pouco pra continuar, e outras voltamos pro lugar onde estávamos. Eu ainda estou decidindo o que vai ser, mas a última opção não me agrada.
Semana passada começou como um enredo de filme. Mais especificamente, um do tipo "A volta dos que não foram", ou "O retorno dos mortos-vivos", etc e tal. Foi um tal de defunto levantar e vir me atormentar. O pior é que recebi todos - com muito carinho, diga-se de passagem. Mas o pior mesmo foi que todos os sentimentos que eu achei que estavam quase mortos por um deles voltarem com força total. Passei dois dias tensa, até com dor de barriga, só na expectativa do reencontro. E para quê? Para eu quase ir parar numa tumba de novo. Não sei se senti mais ódio de mim ou dele, mas não importa. O que importou foi que uma noite que parecia perdida se transformou numa reunião de amigos novos e antigos, com direito a um porre homérico e cantoria. Os detalhes sórdidos vão ficar censurados.
E quando eu pensei que não tinha mais nada pra acontecer, finalmente fui escolhida para fazer uma matéria para uma revista que eu queria muito. De quebra, conheci novas pessoas, e um cara muito especial. Ele não me deu bola, mas me fez lembrar que o mundo tá aí, e novas oportunidades sempre vão aparecer.
Pra fechar com chave de ouro, uma noitada com as amigas, para dançar all night. E além de dançar, muitoooooooooooooo beijo, com um carinha que eu já tinha ficado há meses atrás, e me deixou com um gostinho de quero muito mais. Bom, continuo com o gostinha, apesar de ter chegado às seis da manhã em casa.
E não é que em pleno domingão morno, recebo um email direto de Londres, do querido que conheci lá? Todo carinhoso...bateu até saudade!
Que venha a segunda-feira!!!

domingo, 6 de julho de 2008

Hoje a tarde a ponte engarrafou...

Niterói, ah Niterói...Adoro esta cidade. Comecei a gostar por causa de um cara por quem me apaixonei, o pseudo-romance acabou, e o lugar ficou no meu coração (romântico isso, hein?). Na verdade, só fui conhecer a cidade porque conheci minha terapeuta, indicada por uma amiga, e passei a ir todo sábado de manhã para lá. Faça chuva ou faça sol, às 9 horas já estou no 996 atravessando a cidade. Minhas amigas me chamam de maluca, os conhecidos também, os recém apresentados já ficam com o pé atrás. Mas eu adoro. Às vezes dá preguiça, mas se falto uma sessão que seja, o fim de semana não é o mesmo. Fica faltando uma parte.
Acho a praia de Icaraí um charme, o bairro uma delícia, só que nunca fui muito além, só umas três ou quatro vezes a Itacoatiara (que é deslumbrante!). Como não é a minha pegar ônibus a esmo, inspirada pelo dia lindo, decidi fazer um trajeto diferente para voltar. Em vez do sacolejo de uma van, voltei de barca. Por incrível que pareça, nunca tinha usado esse meio, minha experiência se resumia ao "jumbo cat", que mais parece uma caixinha flutuante. Bom, disfarcei meu total desconhecimento e segui o fluxo. Fui parar no segundo andar, na varandinha traseira. E mais uma vez me deslumbrei com o Rio. Lindo, lindo demais. Eta sensação boa, vento no rosto, trilha sonora (estava com o ipod), pisagem linda. Agradeci muito pela descoberta, e desembarquei com um pouco mais de amor no coração. E vi que tenho que fazer isso mais vezes, porque na Praça XV rola uma feirinha aos sábados, e os museus por ali ficam abertos, sem o inconveniente tumulto dos dias de semana do centro.
Ah, já ia esquecendo. Tinha um barbudo lindo na barca! E ainda estava de all star, camisa lisa de manga curta e blusa de botão por cima, do jeitinho que eu gosto (pra quem não sabe, minha história com barbar também começou com o mesmo cara de Niterói. Mas essa eu conto em detalhes sórdidos depois). Tentei chegar perto, olhar deorado, mas ele nem tchum. Fazer o quê, não dá pra acertar o alvo sempre.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quem te viu, quem te vê...

Escrevendo ao som de Chico...tô sentindo uma paz, sensação boa de alegria - não, não tô fumando unzinho. Tô feliz comigo, prestando atenção nas minhas mudanças, identificando meus defeitos e pensando "essa sou eu, e isso não é tão grave assim". Finalmente correndo atrás dos meus objetivos, fazendo contatos, olhando pro futuro otimista e determinada. Fiz até uma planilha de gastos que pretendo cumprir. Sai da frente hein!!!
Depois que comecei esse blog tô viciada em olhar blogs alheios. Como tem gente foda nesse mundo. Me deparo com textos lindos, engraçados, românticos, irônicos, sérios...Minha seção de favoritos está abarrotada. Me vejo em muitas narrações. E é isso mesmo: sou muitas em uma. A engajada que quer acabar com as injustiças do mundo; a ambientalista que quer salvar o planeta; a patricinha que só quer ir pra night dançar e beber; a jornalista que quer escrever sobre tudo e rodar o mundo; a filhinha da mamãe que precisa de proteção sempre; a romântica que quer casar e ter filhos; a mulher fatal que quer pegar geral; a intelectual que lê Dostoiéviski; a do povão que ama o carnaval de Salvador e aquela muvuca; a trabalhadora que se vira nos 30 pra dar conta de tudo; a preguiçosa que quer mesmo passar os dias na praia...Passei muito tempo me cobrando uma decisão. Tinha que escolher entre tantas, que só têm uma coisa em comum: a ansiedade. Mas quer saber? Elas são tão encantadoras! E são tão eu, essa mistura, esse turbilhão. Quer saber? Pode ser que eu mude, que outras "Manus" ainda cheguem, outras podem ir embora. Mas todas vão deixar suas marcas, vão me fazer sofrer e rir, parar e seguir em frente, ganhar e perder. Faz parte do jogo. Let's play.
Para terminar com o Chico, uma coisa é certa: Eu tenho tesão é no mar (Bye Bye Brasil).
Fui dormir!